No Brasil, o Dia do Homem é comemorado desde o dia 15 de julho de 1992. Diferentemente do Dia da Mulher, que simboliza a luta pelos direitos femininos e equidade de gênero, o Dia do Homem foi criado, inicialmente, para conscientizar sobre a necessidade de atenção à saúde masculina.
A necessidade desta atenção especial sobre a saúde do homem é embasada em pesquisas e nos estigmas que circundam a cultura masculina.
Um levantamento feito pelo Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo apontou que 70% das pessoas do sexo masculino marcaram uma consulta médica em decorrência de algum tipo de influência da mulher ou dos filhos. Esta pesquisa indicou também que mais da metade destes homens adiaram a consulta médica e chegaram ao consultório com doenças em estágio avançado.
Em média, os homens vivem sete anos a menos do que as mulheres. Entre as causas de morte prematura estão as doenças cardiovasculares e o infarto. Por este motivo, em 2009, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.
Este programa “tem como diretriz promover ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos”.
A atenção à saúde do homem é essencial, mas já parou para pensar nos motivos pelos quais os homens tendem a se cuidar menos e dar menos importância à sua saúde?
A cultura de que os homens não podem ser vulneráveis potencializa a exposição a riscos e diminui o cuidado com a saúde; é o que indica o livro Saúde do Homem: ações integradas na Atenção Básica. Por sentirem vergonha ou por preconceito, os homens não adquirem a consciência de que também precisam de cuidados.
A mentalidade de que os homens são “arrimo de família” – tanto financeiro quanto emocional – faz com que os homens sejam menos propensos a procurar apoio emocional, seja com amigos, familiares ou profissionais, o que gera uma carga mental para os homens. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 76% dos casos de suicídio no Brasil são cometidos por homens.
Estas premissas são prejudiciais para os homens e para seus familiares.
Que tal refletir sobre o assunto?
Confira algumas ideias-chaves contidas na cartilha Homens também cuidam:
– Homem e mulher não são “sexos opostos”: os homens e as mulheres são diferentes. Mas as mulheres também são diferentes umas das outras e os homens não são todos iguais. Assim, essa ideia de que homem e mulher são “sexos opostos” não pode ser tomada ao pé da letra. Para construirmos uma sociedade mais justa, é preciso romper com padrões culturais machistas e preconceituosos.
– É preciso rever a educação e socialização dos meninos: muitas vezes, não percebemos que o cuidado é também uma habilidade que se aprende ao longo da vida. Quando um menino resolve incluir entre suas brincadeiras peças ou jogos relacionados com o lar, geralmente, passa a ser tratado pelos pais (pai e mãe) de modo mais agressivo ou ganha de presente armas ou jogos de guerra sob o argumento de que “isso é para ele aprender a ser homem”. É preciso reverter esse quadro.
– Cuidar também faz bem à saúde de quem cuida: no cuidado dos filhos e das filhas, a exigência da cultura machista se processa em duas direções: exige-se da mulher um ótimo desempenho no plano afetivo – “amor de mãe” ou “instinto maternal” – e, do homem, cobra-se principalmente a responsabilidade financeira – “não deve deixar faltar nada em casa”. Aos homens, não cabe apenas a garantia de sustento da família. Homens também cuidam! A maior participação dos homens no cuidado das crianças pode fazer toda diferença no processo de educação de filhos e filhas. Além disso, cuidar também faz bem à saúde de quem cuida.
– Gravidez é assunto de homem também: vivenciar a gravidez em parceria, compartilhar as dúvidas, enfrentar os medos, as angústias e as inquietações com tranquilidade e esperança são cuidados que o pai pode prestar a si e a sua companheira. Esta experiência pode ser mais prazerosa quando o casal planeja, em comum acordo, o momento de ter filhos e o espaçamento entre uma gestação e outra.
– Outros pontos de vista sobre o “cuidar”: precisamos estar continuamente atentos e atentas para não reforçar preconceitos e estereótipos por meio dos nossos atos e palavras. Ao definirmos “cuidado” com base no referencial feminino, muitas vezes dizemos que os homens não cuidam ou não sabem cuidar. Práticas cotidianas como levar as crianças à escola, acompanhá-las durante as refeições ou mesmo contar uma história antes delas dormirem podem ser ações de cuidado executadas tanto pela mulher quanto pelo homem. Assim, é importante que o(a) educador(a), o(a) profissional de saúde e a sociedade em geral estejam, antes de tudo, preparados para ouvir e entender como os homens percebem o cuidado e qual o lugar dessa dimensão em suas vidas.
A Previdência Usiminas deseja a todos os seus colaboradores um feliz Dia do Homem!